Mais um ano se aproxima e eu tendo em refletir sobre aquilo que conquistei e sobre as derrotas que enfrentei. Os anos passam e a vida muda, mas há algo que permanece intrínseco em nós, como as cores avermelhadas e amareladas do Outono, ou como a praia e o sol no Verão. É uma marca que trazemos para sempre no coração e naquilo que fazemos. E essa marca persegue-nos em vida e a muitos se prolonga após a morte, por longos anos até ser finalmente esquecida pelo tempo. Tempo. Esse tempo que nos dá e que nos tira. O mesmo que nos ilude e nos desilude com as suas subtis respostas. Mais um ano em que preciso refletir e decidir como vai ser, a partir de agora. Já não sou criança. Já não sou adolescente. Já não estou no fascínio do estado adulto. Afinal quem sou eu? Esta é a questão que mais fiz nos últimos anos. E sei que vou continuar a fazer, seja qual for a idade em que me encaixe. Porquê? Porque quero mais da vida. Porque vou querer sempre mais do que aquilo que já conheço. Esta é a minha natureza: a insatisfação em pessoa, a tendência para fugir do banal, a vontade imensa de aprender coisas novas, a inadaptação ao cotidiano... Por tudo isto, quero avaliar por mais um ano, por qual caminho devo seguir. Faltam quase dois meses, e eu sinto que tenho de mudar qualquer coisa em mim e no ambiente em que eu própria me insiro. Quando olho para trás vejo um enorme percurso camuflado por imensas coisas insignificantes. Há que mudar o paradigma e olhar em frente, sem olhar para trás. O próximo ano, tem de ser diferente.
Jovita Capitão, Rainha das Insónias.
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