Traduza para o seu idioma

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Era uma vez... um sarafano

Era uma vez um ratinho do campo.
Era feliz, lá no seu canto.
Comia o que queria e tinha amigos.

Certo dia perdeu-se e entrou em pranto
Não sabia onde estava, nem como fora ali parar.
E certamente ignorava se haviam perigos.

Entrou nem sabe como numa casa habitada,
cuja dona não estava por perto.
O sarafano pensava que o lugar estava deserto.

Mas a realidade é que a dona da casa
que trabalhava muitas horas fora dela,
para arejar, tinha deixado aberta uma janela.

Foi, pois, por ali, que entrou o animalejo.
E ela sem saber de nada, entrou em casa tão cansada
e nem deu conta de que estava acompanhada.

Adormeceu e teve um longo sonho.
Sonhou que estava um rato na casa dela.
Acordou em sobressalto e foi fechar a janela.

O resto da noite não conseguiu dormir.
Abananada com a história, só queria fugir.
Pregar olho, nem pensar.
Então pensou, a casa, arrumar.

Arrumou e limpou tudo aquilo que conseguiu.
Só faltava uma gaveta que por sorte não abriu.
Voltou para a cama ensonada e adormeceu, a coitada.

No dia seguinte, ao preparar-se para uma reunião.
Abriu a tal gaveta e gritou o mais que pôde.
O sarafano andava a brincar e assustou-se ao ouvi-la gritar.

A dona da casa saiu a correr, com a roupa que tinha no corpo.
Já não quis saber do jantar e apenas espreitou mais um pouco.
Mas o malandro já lá não estava. Espreitou melhor a ver se o encontrava.

Como não o encontrou pensou que era ilusão.
Talvez pelo sonho não tivesse razão.
Mais descansada, nem deu por nada, foi-se embora.
Deixando ainda em casa o pequeno João Ratão.

No regresso é que foram elas.
Ao abrir a porta ouviu um ruído.
vinha debaixo da cama dela
parecia o roedor, que tinha entrado pela janela.

Rapidamente foi buscar a vassoura.
E retirou tudo o que tinha ali, com cuidado.
Descobriu que o ruído vinha de uma caixa.

Pegou na dita e teve a certeza
que o animalejo estava lá dentro
pois o barulho de roedor
ouvia-se a todo o redor.

A dona da casa, abriu a porta da rua.
Deixou a caixa lá fora e ficou numa tremedura.
O sarafano que de lá saiu, era mesmo uma fofura.

Mas não o podia ficar com ele.
Era um rato. Ponto final.
Ficou mais descansada por deixa-lo no quintal.

No dia seguinte ainda o encontrou.
Andava brincar nos canteiros.
Olhou para ela com olhos bonitos.
Mas ela não se comoveu com os ditos.

Nunca mais o viu, desde esse incidente.
Por isso, a dona, ficou toda contente.
Limpou a casa com bastante detergente.
E nunca mais deixou a janela aberta.
Nem para rato, nem para gente!

Jovita Capitão, Rainha das Insónias.

Sem comentários: