do lado de fora,
tão ferozmente
como criança que chora.
O vento perdura
soltando assobios,
anunciando a chegada
de dias mais frios.
Um relâmpago ilumina
a minha janela
onde eu, encolhida,
olho através dela.
Três segundos depois
ouço o ribombar
daqueles trovões
que nos fazem assustar.
Abranda a chuva,
ouve-se apenas o pingar
na clareira do telhado.
E o silêncio corta o ar.
Novo relâmpago,
novo trovão.
E eu volto para a cama
envolvendo-me no edredão.
Continua o temporal
e a chuva volta em força,
com tanto barulho e lamaçal
duvido que ninguém ouça.
Fecho os olhos
e sinto-me a balançar,
neste espectáculo de luzes
sempre prestes a recomeçar.
Jovita Capitão, Rainha das Insónias.
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