Confortavelmente sentada decido escrever. Mas não sei exactamente aquilo que quero dizer. Não há palavras que definam o que sinto. Fico, portanto, em silêncio visto que o momento requer concentração e avaliação do estado actual. Sei que vou ter de voltar à "vida normal", mas o receio ainda não desapareceu. A minha vida ficou em suspenso desde meados de Março e agora que as restrições de circulação começam lentamente a ser levantadas, permito-me passar mais tempo a repensar nas minhas antigas escolhas e a reprogramar um futuro que nem sequer sei como vai ser. Longe de familiares e amigos, fico a pensar se será seguro para eles se os puder visitar. E escolhendo não ir, o coração vai ressentir-se devido às saudades. Não sei como vai ser o resto do ano. Não sei sequer como vão ser os próximos meses ou as próximas semanas. Então, respiro fundo, tento acalmar-me, tento afastar os pensamentos mais nebulosos e concentro-me naquilo que posso realmente fazer. Espero que, no final deste ano, consiga olhar para trás e dizer: "Parabéns, conseguiste superar, já não precisas de ter medo". Oxalá, que assim seja.
2 comentários:
Bom dia:- Confesso que também tenho receio. Receio que a irresponsabilidade de muita gente acabe por vir estragar o bem que se tem feito. Oxalá me engane... Oxalá...
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Cumprimentos
Cuide-se
Vamos a ver se "somos" todos responsáveis!
Beijos. Boa tarde!
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