Ninguém gosta daquilo que desconhece.
Dentro do peito cresce um medo absurdo.
Um fulano parecido com o Adamastor
faz-se presente, quedo e mudo.
A ansiedade faz-se sentir
e a língua quer espingardear
com aquilo que lhe parece levar
para um mundo de pernas para o ar.
Mas quando finalmente descobre
que não havia nada a temer
o ser humano parece que encolhe
e envergonha-se daquilo que pensou dizer.
Haja alguém sério neste mundo!
Que a verdade seja clara como a água!
Que nem por um segundo
se faça o mundo, espingardear.
Que a paz, seja a primeira a falar.
Jovita Capitão, Rainha das Insónias.
quinta-feira, 19 de janeiro de 2017
quarta-feira, 18 de janeiro de 2017
Réstia de esperança
Quando as cigarras cantam
numa madrugada qualquer
enchem deveras de encanto
minha alma de mulher.
Levanto-me maravilhada
enquanto vejo o nascer do sol.
Já na rua noto a geada
que se espalha pela estrada
num caminho de fole.
E percorro a paisagem com o olhar
de alguém que também já foi criança.
Dou por mim, saudosa, sem conseguir falar...
Mas há sempre uma réstia de esperança.
Jovita Capitão, Rainha das Insónias.
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