Meteorologia poética

Nascia um dia de sol. O céu estava limpo e os passarinhos voavam tranquilos. Olhei pela janela e apeteceu-me ser um deles. Invejei a sua liberdade por breves instantes. Motivada, aperaltei-me e saí porta fora rumo ao supermercado. Ali, fiz as minhas compras e ao sair deparei-me com umas nuvens carregadas. «Vem aí borrasca!» - Pensei, apressando o passo para não ser apanhada desprevenida, já que não tinha levado guarda-chuva. Já o caminho estava findo, quando as primeiras gotas de chuva tocaram o chão. 

Humor misto

O meu humor oscila entre a esperança e o desespero. Às vezes acordo e tenho a energia nos píncaros. Outras vezes acordo tão desanimada que não quero falar com ninguém. Se antes da Pandemia já tinha momentos assim, imagina agora que a incerteza faz as honras da casa. 

Respirar!

Quero

respirar!

A máscara 

sufoca-me

deixa-me 

sem ar.

Não

quero

falar!

A máscara

abafa

a minha

voz.

Prefiro

o silêncio

do que

a esta 

maldade

atroz.

Jamais

me 

acostumarei,

porque isto

normal

não

é.

Jovita Capitão, Rainha das Insónias.

Liberdade!

 

Queridos leitores e amigos da Rainha, por cá o desconfinamento já começou a fazer-se aos poucos. Já sinto necessidade de sair de casa, nem que seja para dar a volta ao quarteirão. Hoje, aventurei-me a passar pelo centro da cidade e sentei-me num banquinho de jardim. Que saudades que eu tinha de ouvir os passarinhos, de ver o rio, de apanhar ar puro!... A nossa saúde mental depende de momentos como este. E a saúde física também. Sempre ouvi dizer que: "quem fica parado, enferruja." Ora vamos lá desenferrujar um bocadinho fazendo passeios e outras actividades ao ar livre!