Nasci em 1985, mas podia muito bem ter nascido 10 anos antes que seria exactamente como sou hoje. Aprendi a valorizar a liberdade como ninguém e desde criança aprendi a valorizar a cultura do nosso País. Era muito pequenina quando assisti a todos os filmes a preto e branco das cassetes de vídeo que o meu pai guardava religiosamente na estante da sala. Ouvia Amália Rodrigues, Simone de Oliveira, Zeca Afonso, Sérgio Godinho, entre outros artistas. Emociono-me cada vez que os ouço. Chamem-me antiquada que eu não me importo. Aprecio o que é antigo, mas também vibro com o novo. Estou no meio de duas gerações tão diferentes, que consigo compreender o passado e o presente.
sábado, 24 de abril de 2021
Dia Mundial do Livro
Os livros, sempre foram importantes para mim. Desde pequena que me habituei a ler e penso que isso também estimulou a minha capacidade de escrever.
Ao longo do tempo fui mudando a minha forma de ler. Quando criança li contos (Colecção Formiguinha; A inaudita guerra da avenida Gago Coutinho), muitas histórias de aventuras ( Os cinco; Uma Aventura; A cidade das sombras), livros clássicos (O príncipe do México; Os Maias; Manhã Submersa; O Principezinho; Fernão Capelo Gaivota) , poesia (Obra Poética, de Manuel da Fonseca; A Mensagem, de Fernando Pessoa), revistas literárias (Caminho Clube Fantástico) e muitas outras coisas que já não me recordo. Sei que devorei cada palavra no silêncio da noite, no meu quarto. Na adolescência, os livros andavam sempre comigo para onde quer que fosse.
Na fase adulta, almejei ainda mais. Assim que me foi possível comecei a ir atrás de alguns escritores para conhecer o seu trabalho e aprender como podia também tornar-me escritora. Eu já escrevia muito, mas queria saber mais sobre este mundo. Passei a assistir a apresentações de livros que me interessavam e de autores que ia conhecendo no facebook. Alguns deles tornaram-se meus amigos, a saber: Fernando Alagoa, Anabela Texugo, Miguel Almeida, António Castro, Jorge Nuno, José Carlos Moutinho ( peço perdão caso me tenha esquecido de alguém).
Quando iniciei a minha participação nas tertúlias poéticas da Gandaia, na Costa de Caparica, conheci outros autores e poetas que entretanto também publicaram os seus livros, a saber: Ana Marques, José de Ribatua, António Tomás, entre outros. Conheci também poetas que não chegaram a publicar mas que escrevem muito bem e que deviam ser reconhecidos. De momento, ando mais adormecida em relação a esses eventos, mas espero vir a recuperar esses tempos deliciosos que me faziam sonhar e acreditar em dias melhores.
O último livro que comprei foi um livro de poesia da minha amiga Carla Veríssimo (Amálgama). Já estávamos a viver neste estado pandémico, mas ainda assim foi possível fazer uma apresentação presencial. Eu também tenho livros para publicar, mas ainda não é a hora de o fazer. Cada vez que me tento aventurar fico desiludida com o valor que me é pedido. Então, vou adiando na esperança que um dia a sorte me bata à porta. Certamente, continuarei a escrever independentemente do que vier a acontecer.
quinta-feira, 22 de abril de 2021
Alma nua
É em casa,
fechada no meu quarto,
que me dispo por completo
das máscaras que criei.
Fico de alma nua
sem um pingo de candura
apenas com os sonhos que sonhei.
Jovita Capitão, Rainha das Insónias.
Bolo de azeite, canela e açúcar amarelo
Queridos leitores e amigos, ontem fiz um bolo interessante para acompanhar com chá: bolo de azeite e canela e açúcar amarelo.
Para fazer este bolo utilizei 6 ovos, 1 chávena bem cheia de açúcar amarelo, 1/2 chávena de azeite, 1 chávena de farinha e uma pitada de canela.
Misturei bem todos os ingredientes, coloquei a mistura numa forma untada com azeite e levei ao forno a 180 graus durante 30 minutos.
Experimentem fazer aí em casa. Certamente não se vão arrepender!
segunda-feira, 19 de abril de 2021
Pés
Pés que sustentam.
Pés que caminham.
Pés que trabalham
Pés que fazem curtas
ou longas viagens.
Pés que tropeçam
Pés que doem
Pés em repouso
Pés que se recusam
a dar mais um passo.
Pés suaves
Pés ásperos
Pés enrugados
Pés traumatizados
Todos os pés desejam ser mimados.
Jovita Capitão, Rainha das Insónias.
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