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quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Réstia de esperança


Quando as cigarras cantam
numa madrugada qualquer
enchem deveras de encanto
minha alma de mulher.

Levanto-me maravilhada
enquanto vejo o nascer do sol.
Já na rua noto a geada
que se espalha pela estrada
num caminho de fole.

E percorro a paisagem com o olhar
de alguém que também já foi criança.
Dou por mim, saudosa, sem conseguir falar...
Mas há sempre uma réstia de esperança.

Jovita Capitão, Rainha das Insónias.

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