O piar da coruja arrepiou-me.
Acordei a meio da noite estremunhada.
O que terá dado àquela ave
que por norma fica à noite acordada?
Será que me quis acordar
dizendo que eu não estou sozinha?
Ou será que ela é que está com medo?
Se for isso, coitadinha.
O que posso fazer por ela?
Não posso abrir a minha janela.
O que faria eu com uma coruja no quarto?
Imagino a coruja fechada. Seria cá um aparato!
Também não lhe posso dar de comer.
Não sou tratadora de corujas.
E se um rato aparecer...
Não pego nele, nem com luvas.
Então, o que faço agora?
Se ela continua a piar lá fora?
Não posso ir com ela ao cinema...
Já sei! Posso escrever um poema.
E ela, será que gosta?
Ou será melhor escrever sobre ela em prosa?
Talvez mais tarde. Agora sai um poema quentinho
para que a nossa coruja se conforte no seu ninho.
Jovita Capitão, Rainha das Insónias.
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