Em cima da corda percorro a distância
entre o que fui e o que sou na realidade.
Fixo o meu olhar num ponto em frente
certa que se não o fizer, vou descambar.
O medo que toma conta de mim
gostava de me ver lá em baixo.
Mas eu não deixo que isso aconteça.
Olho de frente para ele para que se desvaneça.
Lá em baixo os leopardos estão de bocarras abertas
prontos para devorar a presa indefesa, que sou eu.
Não dou tréguas aos meus impulsos e continuo.
Pé ante é, não recuo. Continuo em frente, devagar.
Dizem que sonho alto, mas não me importo.
Deixo os cães ladrar lá em baixo.
Não me importo com o embaraço.
O destino leva-me para outro lugar.
Cá em cima, consigo ver o mar.
E a lua e as estrelas a dançar.
Consigo imaginar um mundo melhor.
Algo que me faça sentir mais calor.
Como o sol que teima em aparecer pela manhã.
E que nunca se cansa de brilhar.
Mesmo que no fim do dia não possa ficar.
Eu sou como o sol. Não desisto de sonhar.
Jovita Capitão, Rainha das Insónias´.
Sem comentários:
Enviar um comentário