Era uma vez um ratinho do campo.
Era feliz, lá no seu canto.
Comia o que queria e tinha amigos.
Certo dia perdeu-se e entrou em pranto
Não sabia onde estava, nem como fora ali parar.
E certamente ignorava se haviam perigos.
Entrou nem sabe como numa casa habitada,
cuja dona não estava por perto.
O sarafano pensava que o lugar estava deserto.
Mas a realidade é que a dona da casa
que trabalhava muitas horas fora dela,
para arejar, tinha deixado aberta uma janela.
Foi, pois, por ali, que entrou o animalejo.
E ela sem saber de nada, entrou em casa tão cansada
e nem deu conta de que estava acompanhada.
Adormeceu e teve um longo sonho.
Sonhou que estava um rato na casa dela.
Acordou em sobressalto e foi fechar a janela.
O resto da noite não conseguiu dormir.
Abananada com a história, só queria fugir.
Pregar olho, nem pensar.
Então pensou, a casa, arrumar.
Arrumou e limpou tudo aquilo que conseguiu.
Só faltava uma gaveta que por sorte não abriu.
Voltou para a cama ensonada e adormeceu, a coitada.
No dia seguinte, ao preparar-se para uma reunião.
Abriu a tal gaveta e gritou o mais que pôde.
O sarafano andava a brincar e assustou-se ao ouvi-la gritar.
A dona da casa saiu a correr, com a roupa que tinha no corpo.
Já não quis saber do jantar e apenas espreitou mais um pouco.
Mas o malandro já lá não estava. Espreitou melhor a ver se o encontrava.
Como não o encontrou pensou que era ilusão.
Talvez pelo sonho não tivesse razão.
Mais descansada, nem deu por nada, foi-se embora.
Deixando ainda em casa o pequeno João Ratão.
No regresso é que foram elas.
Ao abrir a porta ouviu um ruído.
vinha debaixo da cama dela
parecia o roedor, que tinha entrado pela janela.
Rapidamente foi buscar a vassoura.
E retirou tudo o que tinha ali, com cuidado.
Descobriu que o ruído vinha de uma caixa.
Pegou na dita e teve a certeza
que o animalejo estava lá dentro
pois o barulho de roedor
ouvia-se a todo o redor.
A dona da casa, abriu a porta da rua.
Deixou a caixa lá fora e ficou numa tremedura.
O sarafano que de lá saiu, era mesmo uma fofura.
Mas não o podia ficar com ele.
Era um rato. Ponto final.
Ficou mais descansada por deixa-lo no quintal.
No dia seguinte ainda o encontrou.
Andava brincar nos canteiros.
Olhou para ela com olhos bonitos.
Mas ela não se comoveu com os ditos.
Nunca mais o viu, desde esse incidente.
Por isso, a dona, ficou toda contente.
Limpou a casa com bastante detergente.
E nunca mais deixou a janela aberta.
Nem para rato, nem para gente!
Jovita Capitão, Rainha das Insónias.
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