Milhares morrem à fome
sem que ninguém repare.
Estes não saem à rua
sob pena de os criticarem.
A pobreza envergonhada
existe na realidade.
E é durante a madrugada
que sentem a vil maldade.
Ninguém sabe aquilo que sentem.
Se reclamam ninguém lhes liga.
Vêem os seus carros à porta
e pensam que têm boa vida,
Têm bens, têm sonhos,
são bem-parecidos até.
Mas se alguém lhes pede algo
suspiram de amargura.
Quem lhes dá a mão?
Ninguém.
Pois a sua aparência é de fartura.
Jovita Capitão, Rainha das Insónias.
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