Adormeci profundamente. Talvez por não estar habituada a este ritmo de trabalho há já algum tempo. Duas horas depois, acordei com a sensação de estar em outro lugar. Minha mente vagueava sem rumo certo e eu queria lembrar-me de algo que sabia que era importante mas que pela ausência vespertina não me estava a ser possível encontrar. O relógio marcava as 22 horas em ponto no momento em que decidi pôr os pés no chão para me levantar. O estômago já roncava, tal locomotiva em plena corrida pelos carris. No frigorífico pouco restava que me satisfizesse. Acabei por escolher apenas um copo de leite morno e uma torrada com manteiga só para enganar o pobre estômago e poder voltar para a cama logo em seguida. No entanto, não voltei a adormecer. As ideias surgiam em catadupa sem rumo definido, sem lugar certo onde as guardar. Acabei por me levantar e peguei no meu caderno de sempre pela força do hábito. Durante sensivelmente uma hora escrevi freneticamente naquelas folhas de papel. Escrevi tanto que já nem sentia as mãos quando, por fim, terminei o raciocínio. Depois da realização de outras tarefas menos importantes, voltei para o meu leito a fim de finalmente descansar a memória para o dia seguinte. Não consegui. Acabei por pegar no Portátil e voltei a sentir necessidade de escrever alguma coisa. É por isso que aqui estou a escrever estas palavras. Há algum tempo que as insónias não me perturbavam, mas hoje não pude evitar. Felizmente que eu acalmo quando escrevo. E como já me sinto melhor, vou voltar ao mundo dos sonhos. Amanhã é outro dia.
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