O meu mundo desaba cada vez que descubro que afinal luto sozinha. Que adianta ter pessoas à minha volta que só estão bem comigo quando eu estou bem? Quando há dinheiro, prestígio, fama, alegria, realizações, saúde, todos os amigos aparecem para aproveitar o momento presente. Somos o orgulho de toda a gente! Mas quando alguma coisa falha, sim, quando algo não corre como esperado, já somos considerados pessoas falhas, orgulhosos, sem escrúpulos, mal vistos, e com doenças então já ninguém aparece. A hipocrisia humana é de uma podridão que até nos faz mal. Admito! Estou a "bater no fundo" como se costuma dizer. Por isso, nada tenho de bom, sou uma má pessoa. Sou uma falhada, e falhei porque me apeteceu sofrer. Será? Será que isso faz algum sentido? Bem, ando cansada de dar valor a quem espera algo diferente de mim. Sou o que sou e lutei pelo sonho de ser escritora. Fiz o que pude e o que eu não pude para conseguir estabilidade laboral. Infelizmente, ainda não consegui. Sou por natureza uma pessoa positiva e adoro rir. Gosto de aprender a fazer coisas novas e sei o real valor que tenho. Mas há sempre alguém que consegue tirar-me a alegria. De tudo o que tenho feito, melhor não podia fazer. Cada um faz o melhor que pode segundo a percepção que tem do mundo. Não há motivo nenhum que justifique rebaixar uma pessoa só porque alguma coisa não deu certo. É por isso mesmo que o mundo está como está. Sem amor, sem compreensão, sem compaixão por aqueles que sofrem. Sinto-me indignada porque neste momento preciso contar com a ajuda de alguém. Não estou sequer a falar de dinheiro. Apenas preciso da compreensão, do amor, do carinho, e da força, para continuar a lutar. Tenho motivos sérios para chorar. Mas mesmo assim, passo os meus dias a fazer rir os outros, passo a vida a motivar-me para conseguir atingir os meus objectivos. Não tem sido fácil, saber que tenho o meu pai gravemente doente, saber que existe uma barreira religiosa entre mim e a minha família, saber que o apoio que necessito está do outro lado do rio e que não vê a real dimensão do problema, saber que não tenho capacidade financeira para fazer face às despesas mais básicas,... tudo isto tem-me deitado abaixo durante os últimos anos. Pois é meus amigos, hoje estou a destapar o véu daquilo que é realmente a minha vida. A escritora alegre e feliz, também tem os seus problemas e também chora de quando em vez. Hoje sinto o meu mundo desabar em pequenas arestas. Desintegra-se lentamente e parece que nada consigo fazer para o evitar. A vida podia ser tão mais leve se existisse verdadeiro amor entre as pessoas! E é isto queridos leitores. Não vou desistir de tentar, mas sinto-me muito triste porque esperava um pouco mais de compreensão de certas pessoas.
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