de cidade em cidade.
apregoando alegremente:
-Doces para qualquer idade!
Na sua mala pesada
transportava sonhos.
E de uma assentada
comia dois ou três abrunhos
antes de se meter à estrada.
O vendedor de sonhos
gritava a plenos pulmões:
-Quem quer sonhos fresquinhos?
-Quem quer remédio para os tendões?
A multidão que o ouvia
tinha pena do pobrezito
vendia na beira da esquina
e tinha um ar esquisito.
Mas o vendedor de sonhos
apesar do cansaço
não desistia
e resistia
ao embaraço.
Até que, numa tarde fria
encontrou finalmente a D. Maria.
Vendeu-lhe tantos sonhos
que ela aceitou com nostalgia.
Abraçaram-se por momentos
matando a saudade que sentiam.
A vida tinha-os afastado
mas agora estavam ali
lado a lado.
-Nunca é tarde para sonhar!
Disse o vendedor de sonhos.
E pediu-lhe para casar
com um buquê de abrunhos.
Jovita Capitão, Rainha das Insónias.
1 comentário:
Muito bonito!
Que o vendedor de sonhos seja feliz e viva o seu próprio sonho!
Bjs
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