«Quero dormir, mas não consigo. Será indício de mais uma insónia?» - Questiono. «- Espero que não!»
A escritora levanta-se da cama e parte em busca de uma solução para a terrível insónia que se aproxima. Pé ante pé, dirige-se à sua estante repleta de livros. O que será que vai escolher? Já leu todos, os quais já repetiu centenas de vezes. Aborrecida, senta-se ao computador. E se escrevesse alguma coisa?
«-Hum, primeiro tenho de comer qualquer coisa...!» - pensa ela enquanto se prepara para ir à cozinha aquecer uma caneca de leite.
Momentos depois, aninha-se junto ao computador, coberta por uma manta quentinha aquecida previamente no seu habitual aquecedor, e começa a escrever pausadamente. As mãos deslizam sem esforço numa catadupa feliz. Seguem-se as palavras certas, os elementos certos para uma receita de palavras que embelezam o espaço em questão. Acredita em si própria e avança como se estivesse num palco. Imagina-se a tocar um formoso piano de teclas finas e concentra-se na melodia enquanto os seus dedos freneticamente a acompanham. Sabe que se continuar a escrever ficará sem sono e só adormecerá bastante tarde. Mas o que importa isso agora, se o prazer de escrever abafa qualquer tipo de constrangimento? E continua numa dança elegantemente feliz. A escrita faz parte dela desde sempre.
Jovita Capitão.
Sem comentários:
Enviar um comentário