Há quem pense que os Escritores são pessoas anti-sociais, cheias de problemas psíquicos e neuróticas por natureza. Acham que por gostarmos de uma certa solidão saudável, que não nos conseguimos relacionar com o resto do mundo. Essa é uma das maiores falácias em relação a este tema. Quando um escritor se fecha no seu casulo é porque está a criar algo e não pode ser incomodado senão, perde o raciocínio e tem de começar tudo de novo. A solidão é saudável na medida certa. O silêncio é deveras necessário para que se organize mentalmente uma ideia. Após essa organização é que o escritor se senta calmamente na sua mesa de trabalho e começa a escrever com a estrutura pré-definida. Esse processo leva tempo. Pode levar horas, dias, meses ou anos, dependendo do assunto em questão e do tempo disponível para o efeito.
A solidão social é outra coisa completamente diferente. Na minha opinião, existem dois tipos de solidão social: a solidão criada pela própria pessoa, cujo espírito se aflige no meio de uma multidão de pessoas e prefere fugir para não ter um ataque de pânico, e a solidão das pessoas marginalizadas pelos outros, pelos preconceitos alheios. Tanto na primeira como na segunda, a solidão é entendida como algo negativo que corrói, quem dela sofre.
Como escritora, considero que a solidão não tem de ser necessariamente negativa. Apesar de detestar estar sozinha, gosto de uma certa solidão. Esta, serve para criar os meus poemas com toda a lógica possível e para refletir sobre a vida. Geralmente, a solidão é extremamente positiva quando está agregada às Artes.
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