Votos de ano novo

Queridos leitores e amigos da Rainha, venho por este meio desejar a todos nós um ano de 2024 próspero e repleto de amor. 

 

Oito meses de vida!

Queridos leitores e amigos da Rainha, hoje o meu rebento faz 8 meses. Está um rapagão! :) 

Rainha das Insónias

Das insónias sou Rainha.
Deste facto ninguém duvida.
Saiu-me esta sorte ainda grainha,
nem sequer era grande uva ainda.

Escrevi poemas pela noite fora
enquanto toda a gente dormia.
Foi no silêncio que me inspirei
para esta vida de fantasia.

Conheci nobres pessoas
em mil tertúlias onde estive.
Ainda estou para entender:
Sem poesia, quem sobrevive?

Fui poetisa da noite
por tempo suficiente,
para me dar ao luxo
de Rainha ser para sempre.

E o meu filho veio ao mundo
12 anos depois
no intuito de confirmar
que as insónias vieram para ficar.

Pois no Reino das insónias
agora somos dois a sonhar.

Jovita Capitão, Rainha das Insónias.

Dois mil e vinte e quatro

Em dois mil e vinte e quatro
ano que está quase a chegar
vou cuidar do meu gaiato
e se Deus quiser vou trabalhar.

Enfrentarei tempestades.
Terras que tendem a aluir
mas os braços não vou baixar 
pois vou ter de evoluir.

Jovita Capitão, Rainha das Insónias.

Frio

Está frio de bater o dente.
Está frio dentro da gente.
Que eu não fique doente
com este frio tão eloquente!
Eu queria era estar no quente
rodeada por muita gente.
Ou sozinha cuidando da mente.
Simplesmente.

Jovita Capitão, Rainha das Insónias.

Uma música para hoje

 

Votos de boas festas

 

Queridos leitores e amigos, a Rainha deseja a todos uma boas festas e um 2024 com muitas realizações, muita saúde e muito amor.

Bola amarela

A bola amarela rebola.

Rebola pois pelo chão.

Mas nem sabe ela

por que rebola, ai não!

Jovita Capitão, Rainha das Insónias.

Hora do banho

Enchi a banheira
com água quentinha.
Champô preparado.
Roupa lavadinha.

Fui busca-lo.
coloquei-o lá dentro.
Parecia um patinho
na festa do lago.

Chapinhou aqui.
Chapinhou acolá.
Fartou-se de brincar.
Mas consegui lava-lo.

De rabo lavado.
Cabeça num brinco.
Dia abençoado
Com o soninho do dito.

Jovita Capitão, Rainha das Insónias.

Quando eu for Grande - de Abílio Aires

Queridos leitores, pedi ao meu amigo e escritor Abílio Aires que me enviasse este livro. É um livro dedicado às crianças e eu decidi que o queria para presentear o meu menino. Ele ainda não sabe ler, mas quero incutir-lhe o gosto pela leitura desde tenra idade. Irei lê-lo e farei depois as considerações sobre o livro.

O buraco

Há quem caia no buraco.

Há quem não encontre o buraco.

Há quem chame lá do buraco.

Há quem queira sair do buraco.

Há quem nunca pense em ir para o buraco.

Mas todos efectivamente

um dia vão para o buraco.

Jovita Capitão, Rainha das Insónias.

Anestesia

Quando dói a alma, o corpo, a vida.

Sobretudo quando te sentires vazia.

A solução é a poesia.

Pois, nela existe Anestesia.

Jovita Capitão, Rainha das Insónias.

Olhares - Exposição fotográfica

Queridos leitores e amigos da Rainha, para quem gosta de fotografia deixo-vos uma sugestão. Está a decorrer no Bistrô ao lado da Ermida São Sebastião em Almada, a exposição fotográfica: "Olhares" do meu amigo e poeta Américo Luis. Aproveitem para ver antes que acabe. Encerra às quintas.

A cerca

Estava eu cercada
por uma rede invisível
completamente paralisada.
Sair parecia impossível.

Todas as noites espreitava
a luz brilhante da lua.
Via que ela iluminava
Toda a noite a minha rua.

Sonhava um dia voar.
Ir além corpo, além mar.
Sobrevoar um navio.
Ou talvez um simples rio.

Sonhava rolar pelos campos
sem ter medo de nada.
Sonhava andar de tamancos
só para rimar, mais nada.

Parecia que o sonho
se fechava por si só.
E eu prisioneira da mente
que vivia dando nó.

Parecia que nunca mais
a vida seria de outra forma.
Pensava nos demais.
Ser feliz devia ser a norma.

Foi quando como por magia
me vi livre de verdade.
Libertei tudo o que sentia.
Deixei ir toda a maldade.

Vi a luz do meio-dia
dar brilho a novos sonhos.
Comecei a vive-los no dia-a-dia.
Libertei-me de sonhos mornos.

Jovita Capitão, Rainha das Insónias.

Pensamento solto

 Para quê guardar o que não alimenta a nossa alma?

Futuro

Olá futuro
eu sou o presente.
Revela-te! Quero seguir em frente.

Diz-me como será
quando as lágrimas secarem.

Diz-me o que fazer
quando as portas se fecharem.

Diz-me em que pensar 
quando as vozes cessarem.

Diz-me como será 
quando as nuvens e o sol
finalmente se amarem.

Jovita Capitão, Rainha das Insónias.

História ou memória

O tempo urge.

Escreve agora a tua história.

Amanhã será tarde.

Apenas restará a memória

e por vezes nem isso sobra.

Jovita Capitão, Rainha das Insónias.

Sobre as escolhas

Há coisas que abalam as nossas estruturas. Fazem-nos pensar que não valemos nada. Que as escolhas que fizemos foram em vão. Mas se não fizermos nada para mudar isso, nunca saberemos se conseguiríamos enfrentar as dificuldades. 

Esperança

Não desisto de fazer o que vim cá fazer. Mesmo que lá fora estejam lobos vorazes. Há uma esperança dentro de mim. e essa esperança é a última a morrer. Enquanto eu acreditar na vida, ainda há esperança. 

Há dias!...

Há dias assim, dias assim-assim e dias assim-assado. Ora digam lá se não é!

Reflexão solta

 Jesus não matou Judas. Ele é que se enforcou sozinho.

Meu coração

Meu coração, meu coração
batias tão acelerado
Os ventos corriam de feição
pelo corpo apaixonado.
Mas agora petrificaste
porque amor, não mais achaste.

Jovita Capitão, Rainha das Insónias.

Memórias

Alimento-me de memórias

porque são histórias

que me aconteceram.

Não me interessa se errei.

O que interessa só eu sei.

E coisas há que as enriqueceram.

Jovita Capitão, Rainha das Insónias.

Sete quilos ao colo

Queridos amigos e leitores ontem tive a brilhante ideia de ir até ao jardim que fica perto da minha casa. Estava sozinha em casa com o meu filhote e estava farta de olhar para as mesmas paredes. A maternidade é tão solitária que às vezes desespero por ver gente e outras coisas. Então, coloquei os pés ao caminho, não sem antes perder cerca de três horas só para sair de casa. 

E lá fui eu com sete quilos ao colo, bem mais devagar do que gostaria. Já arfava a meio do caminho, mas estava decidida a proporcionar boas memórias ao meu filho, por isso continuei. E foi tão bom, apesar da coluna ressentir-se depois na volta. 

Quando era mais pequenino, não saía de casa sozinha com ele. Tinha medo de tão frágil que era, além de ainda não poder apreciar o passeio. Era mais leve é certo. Agora, até tenho pena. No entanto, já interage comigo e com o meio envolvente e deve estar tão fartinho quanto eu de ver sempre as mesmas coisas. E veio tão feliz do passeio que tenho a certeza que valeu muito a pena o esforço. Deixo aqui algumas fotografias deste pequeno passeio, o primeiro de muitos que se seguirão.

Vida de Mãe

Suspira cansada.

Sem  rumo, a coitada.

Sem vislumbre do futuro.

Mesmo na beira do muro.

A maternidade pode ser pesada.

Mas é a melhor coisa do mundo

quando olha o seu rebento,

o seu mais que tudo,

a dor dissolve-se no vento.

Jovita Capitão, Rainha das Insónias.

Dia de Vacina

Pois é, meus amigos. Este ano trouxe-me tantas mudanças que ainda estou a adaptar-me. Hoje foi dia de Vacina para o meu pequenino no centro de saúde. Imaginem a logística só para sair de casa. Preciso quase sempre de pelo menos 3 horas para ter tempo de fazer tudo aquilo que preciso. Até porque podem acontecer imprevistos. Apesar de alguns contratempos, conseguimos chegar a horas. :) Depois, preparei-me para longas horas a dar miminhos. É a vida de uma mãe de primeira viagem. Uma linda aventura completamente imprevisível a cada dia. Sinto que ainda tenho tanto a aprender!

Foi tanta coisa que mudou!

Já tenho pensado em quem sou.
Já disse adeus à menininha
que outrora se assustou.

Já tenho pensado em quem sou.
Já disse adeus à sonhadora
que muito se deslumbrou.

Já tenho pensado em quem sou.
Já disse adeus a tantas pessoas.
Foi pouco o que restou.

Já tenho pensado em quem sou.
Ultrapassada a linha da maternidade
foi tanta coisa que mudou.

Jovita Capitão, Rainha das Insónias.

Que ventania!

Cá dentro há amor.
Um ninho com um passarinho.
Um pequeno pardalinho
que cruzou o meu destino.
Cá dentro não há vento
nem a brisa fria.
Mas lá fora há ventania.

Jovita Capitão, Rainha das insónias.

Não estou sozinha

É meia-noite.
Ainda estou acordada.
O sono ainda não chegou.
Chegará de madrugada.

Vou fazer um chá
e escrever um poema
antes que o miúdo acorde
e faça uma cena.

Todas as noites
são assim.
Um momento para ele,
outro para mim.

Olho em volta
já na cozinha.
Posso sorrir.
Não estou sozinha!

Jovita Capitão, Rainha das Insónias.

O que será?

Ao meu lado está um menino

que em breve crescerá.

Qual será o seu destino?

O que no futuro fará?

Será um Astronauta dedicado?

Um Cientista chanfrado?

Um Cineasta apaixonado?

Um Cozinheiro animado?

Será Polícia, Bombeiro,

Médico, Engenheiro?

Será Dentista, Pasteleiro,

Construtor ou Jardineiro?

Será Motorista, Mordomo,

Cartunista, ilustrador?

Será Surfista, Astrónomo,

Artista ou Canalizador?

Desde que seja responsável

ele que decida o que quiser.

E que seja muito feliz

independentemente do que escolher.

Jovita Capitão, Rainha das Insónias.

Maternidade

A maternidade fez-me mudar.

Não me reconheço quando me olho ao espelho.

Deixei pedaços de mim pelo caminho.

E teço coisas novas no destino.

Ser mãe duplicou a minha existência.

Responsabilizou-me por todos os actos.

Faz-me estar atenta em permanência.

E conduz-me à veracidade dos factos.

Aquela que fui outrora

morreu naquele dia.

Deu lugar a outra pessoa

que ainda não sei quem é.

Reconstruir

é a palavra de ordem

que baila na minha mente.

Ousar fazer diferente.

Evoluir.

Jovita Capitão, Rainha das Insónias.

Ser mãe

Ser mãe não é fácil. Acordar, amamentar, colocar a arrotar, colocar a dormir. Mudar a fralda inúmeras vezes, vestir, despir, voltar a vestir. Verificar se a cria respira. Ficar a olhar para o bebé enternecida. Perceber cada choro, cada sorriso, cada grunhido. E escolher a companhia do filho em vez da companhia do marido. 

Ser mãe não é fácil. É um rasgo de dor à nascença. Quando nasce uma mãe, morre uma mulher independente. Pois, passa a ser dependente daquele filho que gerou com tanta dor, quanto o amor que sente por ele.

Jovita Capitão, Rainha das Insónias.

(Pequeno texto escrito num guardanapo numa madrugada difícil, precisamente no dia 21 de Agosto de 2023 em Leiria).

Mudar de lugar.

Às vezes somos nós.

Às vezes é o outro.

Às vezes somos nós, o outro.

E mudamos nós de lugar.

Jovita Capitão, Rainha das Insónias.

Dia longo.

Pé no chão.
Mão na anca.
Sabão.
Paparoca.
Consulto o relógio.
Que horas serão?
Apressada,
esqueço o pão.
Bebé chora.
Mamã cuida.
E finalmente,
bebé dorme.
Pois então!
Volto às tarefas
do costume.
Coloco comida
ao lume.
Lavo a roupa.
Estendo a mesma.
Apanho e guardo.
Vejo uma lesma.
Grito!
Afinal não era.
Mas parecia.
Era uma sombra.
A lesma sou eu
de tão cansada!...
Repito tarefas.
Continuo a labuta.
Respiro fundo.
Que dia tão longo
que se repete
dia após dia!
Mas à noite vem a sensação
de dever cumprido.
Embora sempre me arrependa
de mal ter dormido.

Jovita Capitão, Rainha das Insónias.

Os últimos tempos!

 

Queridos leitores e amigos da Rainha, muito mudou desde a última vez que aqui estive. Casei e tive um lindo menino que hoje tem 5 meses.

Passei os últimos meses tão atarefada que não sobrou tempo, nem disposição, para espreitar o blogue. Mas o meu objectivo é continuar a escrever, mesmo que não seja com a mesma frequência.

Deixo-vos aqui algumas imagens dos últimos tempos. Espero que gostem!

A criatividade vai voltar!

Queridos leitores e amigos da Rainha, sei que não tenho vindo aqui tão frequentemente como antes o fazia, mas tenho bons motivos para isso. 

Em 2021, quando os meus pais faleceram, a vida perdeu um pouco o sentido e fiquei a sentir-me vazia. Perdi o interesse nas coisas mais banais e foquei-me apenas na sobrevivência. Agarrei-me ao trabalho para esquecer a dor e fui-me afundando cada vez mais em tarefas que muito pouco tinham a ver comigo. Fi-lo até agora por necessidade e o sonho adormeceu em mim. 

A escrita, que sempre foi Soberana, ficou portanto em standby. Toda a gente sabe que trabalhar num restaurante, não tem grande interesse artístico. E o pouco tempo que me sobrava servia para organizar a casa e a cabeça para o dia seguinte. 

No entanto, o tempo passou e agora vou ter uma nova oportunidade de renascer. Tenho a certeza que me vou tornar uma mulher muito mais madura, valente e certamente mais feliz. Não que essa nova vida não me traga desafios, muito pelo contrário. Mas acredito que ao passar esta barreira já não voltarei mais a ser a mesma. 

Se a escrita vai continuar? Certamente que sim. Com que frequência o farei? Não faço a mínima ideia. A única coisa que sei é que a criatividade vai voltar a aflorar em mim quando por fim tiver nos meus braços aquele ser tão pequenino que habita em mim há cerca de 8 meses. Sim, a Rainha vai ser mãe! :)

Doze anos - Rainha

 

Queridos leitores e amigos da Rainha, hoje faz precisamente 12 anos que este blogue nasceu. 

É, portanto, motivo mais do que suficiente para comemorar. :)